Amedeo Modigliani Rev Bras Psiquiatr. 2012;34:i 1516-4446 - ©2012 Elsevier Editora Ltda. COVER NOTE Official Journal of the Brazilian Psychiatric AssociationPsychiatry Revista Brasileira de Psiquiatria Amedeo Modigliani Italy, 1884 / France, 1920 Self-portrait, 1919 Oil paint; 100 x 64.5 cm In Livorno, Florence and Venice, Modigliani participated in art courses with established scholars and traditional impression- ists. Poor health forced him to travel constantly throughout Italy. At the age of 17, in Venice, he cultivated a taste for the work of Italian painters and the sculptor Tino de Camaino (1285-1337). He arrived in Paris in 1906 and dedicated himself to sculpture, before leaving it later in 1914. Joins the Colarossi Academy. In 1907 he saw Cézanne’s paintings at a posthumous and intellectuals that cheered Paris life back then, he was “a mixture of cynicism and tenderness”, created “from alcohol, drugs and misery”, as described Jean Cocteau. In 1909 he established himself near the workshop operated by Brancusi, whose sculpture interested him as much as the lines synthesis found in African images. In 1914, the Polish poet Zborowsky became his marchand Modigliani became a founding member of the important group known as the “Paris School”. His aesthetic is closer to that of Gauguin and Toulouse Lautrec than to the style of cubism that he encountered while traveling in Paris. However, it is undeniable that he assimilated some of the lessons of cubism related to pictorial surface planing the use of abrupt cuts. It is precisely these attributes that allowed him to overcome the deforming quality of expres- sionism. His singular expressionism involves the moder- ate application of cubist space to a nostalgic universe, together with a sense of perspective similar to Gauguin’s and a melancholy that is reminiscent of metaphysical painting. All of these characteristics are visible in this Self-portrait, the oval facial lines and transparent eyes that are particular to his work are present together with a discrete constructive will expressed without excessive lines to create a lyricism with a archaic resonance. Sônia Salztein Goldberg Published in Perfil de um Acervo / Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (organization and essay of Aracy Amaral. São Paulo: Techint, 1988). Amedeo Modigliani Itália, 1884 / França, 1920 Autorretrato, 1919 Óleo s/ tela; 100 x 64,5 cm Frequenta em Livorno, Florença e Veneza cursos de arte com velhos professores acadêmicos ou de tradição impressionista. Um precário estado de saúde obriga-o a constantes viagens pela Itália. Aos 17 anos, em Veneza, atraem-no os pintores italianos e o escultor Tino de Camaino (1285-1337). Chega a Paris em 1906, disposto a dedicar-se à escultura, a qual aban- donará em 1914, Inscreve-se na Academia Colarossi. Em 1907 toma contato com a pintura de Cézanne, em retrospectiva póstuma. Faz parte do grupo de artistas e intelectuais que animava a vida parisiense de então, ele mesmo “uma mistura de cinismo e ternura”, gerada “no álcool, nas drogas e na próximo ao ateliê de Brancusi, cuja escultura lhe interessa africanas. Em 1914 o poeta polonês Zborowsky torna-se seu marchand e importante estimulador de sua obra. genericamente como “Escola de Paris”. Sua visualidade está mais próxima a Gauguin e Toulouse Lautrec do que às experi- ências radicais consumadas pelo cubismo à mesma época em que se instala em Paris. No entanto é inegável que tenha assi- milado algumas de suas lições, no aplainamento da superfície pictórica e em certos recortes abruptos com que a articula – e é justamente esse dado que o faz superar os procedimentos deformantes do expressionismo. Seu expressionismo singular é então a absorção moderada do espaço cubista para um universo nostálgico à la Gauguin, trespassado ainda de uma melancolia que o refere à pintura metafísica. Esses registros estão todos condensados neste Autorretrato, rosto oval inclinado, olhos estranhamente vazados tão característicos de sua obra, aliando uma discreta vontade construtiva expressa na economia de linhas a um acento lírico de ressonância arcaizante. Sônia Salztein Goldberg Texto publicado originalmente no livro Contemporânea da Universidade de São Paulo (organização editorial e ensaio de Aracy Amaral. São Paulo: Techint, 1988). Este é um artigo Open Access sob a licença de CC BY-NC-ND. http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/