IVO BARROSO, UM TRADUTOR DE OBRAS COMPLETAS Entrevista 183 eNTREVISTA 184 Ivo Barroso Entrevista 185 IVO BARROSO, UM TRADUTOR DE OBRAS COMPLETAS Ivo Barroso é um dos mais importantes tradutores literários brasi- leiros. Ao longo de décadas dedicadas às letras, traduziu algumas das grandes obras da literatura ocidental, escritas originalmente em inglês, italiano, francês, espanhol e alemão. Sua carreira, construída com tenacidade, revela uma ligação de vida inteira com a literatura, através da escrita de ensaios, poemas e do exercício obstinado da tradução de grandes autores. Nasceu em Ervália, MG, mas se educou, como tantos intelec- tuais mineiros de sua geração, no Rio de Janeiro, então o centro político e cultural do país. Estudou direito e línguas e literaturas neolatinas e logo se envolveu na pujante indústria cultural carioca da época, participando ativamente das principais publicações cul- turais do período como o Suplemento Literário do Jornal do Brasil, dirigido pelo irrequieto Mário Faustino e a célebre revista Senhor, de que foi um dos fundadores. Ivo Barroso ampliou e refinou sua educação estética com uma longa permanência na Europa, moran- do na Holanda, em Portugal, na Inglaterra, na Suécia e na França, atuando como jornalista e como funcionário do Banco do Brasil. Seu projeto tradutório corre paralelo ao dos concretistas, de quem esteve próximo em certo momento, mas é bastante pessoal. Entre os autores traduzidos há uma notável diversidade, com pre- domínio do grande cânone ocidental: dos clássicos Dante e Shakespeare aos modernos Jane Austen, Leopardi e Rimbaud. Na literatura do século XX o leque de escolhas é amplo e híbrido, englobando figuras, diversamente apreciadas pela crítica e pelo público, como T. S. Eliot, Montale, Herman Hesse, Gide, Malraux 186 Ivo Barroso e Perec. Ivo Barroso cruza também os gêneros: traduziu muita poesia e muita ficção, mas traduziu igualmente teatro. Ivo Barro- so exerceu, com competência, uma modalidade de tradução rela- tivamente rara no Brasil, a das obras completas, traduzindo a tota- lidade dos escritos de dois autores-chave da modernidade: Rimbaud e T. S. Eliot. Esse é um tipo de trabalho que envolve anos de pes- quisa e uma disciplina extraordinária e é da mais alta relevância para a formação das culturas, como provou eloqüentemente o exem- plo dos tradutores românticos alemães. Cabe notar ainda outras facetas desse tradutor de tempo com- pleto: o seu trabalho de antologizador, de editor e crítico de tradu- ções. Em O torso e o gato, faz uma antologia pessoal de 50 poemas das línguas que domina e que representam uma espécie de paideuma pessoal. Como editor tem dois trabalhos de relevo: o volume Poe- sia e prosa, de Baudelaire, pela Nova Aguilar, e o livro À Margem das Traduções, em que resgata os textos de crítica tradutória feitas por Agenor Soares de Moura na imprensa. Finalmente, cabe des- tacar a colaboração constante de Ivo Barroso para jornais e revis- tas, sobretudo as resenhas de traduções recentes. Walter Carlos Costa UFSC Cadernos de Tradução: Você traduz de vários gêneros? Qual deles considera o mais difícil? Ivo Barroso: Tenho traduzido prosa e verso. A dificuldade não está no gênero, mas no texto em si. A tradução de poesia obriga a certos condicionamentos (métrica, rima, ritmo, etc) que podem implicar maior elaboração do trabalho, uma multiplicidade de ten- tativas para se obter a qualidade e o estilo necessários. Mas há Entrevista 187 textos em prosa que, de forma diferente, apresentam também gran- des obstáculos (Joyce, Perec e, em alguns casos, até mesmo Umberto Eco). CT.: Você já traduziu textos técnicos? Se sim, quais os problemas deste gênero? Ivo: Comecei traduzindo e revendo livros de economia, matéria que faz parte de meu currículo. Notava que alguns tradutores acer- tavam perfeitamente na transposição do texto corrido, mas não raro naufragavam na terminologia específica, o que denotava sua falta de formação técnica. Em qualquer especialidade não literária, além das qualidades inerentes ao bom tradutor, exige-se um conheci- mento preciso do assunto, uma adequação vocabular, para que as informações transmitidas não sejam falseadas por conceitos ou vo- cábulos alheios à matéria. CT.: Você usa tradução de outras línguas para auxiliar na tradução de uma determinada obra e autor? Ivo: Só em casos especiais. Durante muitos anos me preparei para traduzir o Doktor Faustus, de Thomas Mann. Como não tenho gran- de intimidade com o idioma alemão, passei a lê-lo nas línguas que conhecia e comparava as soluções com o texto original. Infeliz- mente (ou felizmente para os leitores) não cheguei a traduzi-lo... No caso de Rimbaud, também, vez por outra, por curiosidade, recorro a outras traduções para ver como os colegas estrangeiros se saíram de passagens por mim consideradas difíceis. Mas, habi- tualmente, concentro-me apenas no original. CT.: Por que você traduz de várias línguas? De qual língua você prefere traduzir e por quê? 188 Ivo Barroso Ivo: Porque prefiro traduzir os livros que têm um significado espe- cial para mim e nem sempre eles foram escritos numa mesma língua. Não sinto muita diferença de traduzir de uma ou outra das poucas que conheço, mas canso-me quando tenho de recorrer com freqüência ao dicionário. Sinto-me mais à vontade traduzindo do italiano, cujas nuances me parecem mais familiares. CT.: Como iniciou a sua trajetória como tradutor? Ivo: Acho que desde cedo tive um grande desejo de conhecer lite- raturas estrangeiras. Comecei a “ler” livros em inglês e francês antes mesmo de aprender devidamente essas línguas. Não me sa- tisfazia apenas com a leitura, queria sempre escrever em portugu- ês a frase ou verso que tentava ler. Nos anos 50 ganhei um concur- so de traduções patrocinando por Rubem Braga na revista Manche- te: um soneto de e.e.cummings (“it may not always be so...”). A premiação me animou a vencer um pouco minha timidez e mandei outra tradução (Rilke, “Ein Gott vermags..” ) para o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil; foi quando recebi o convite de Ma- rio Faustino e Reynaldo Jardim para fazer parte da equipe. Até que um dia Ênio Silveira me convenceu a traduzir “Une Saison”. E aí a loucura começou. CT.: Você acha que as teorias ajudam a traduzir melhor? Você segue alguma teoria? Ivo: Claro que todo tradutor consciente precisa conhecer os funda- mentos de seu ofício, o que os grandes teóricos conceituaram a respeito: Steiner, Mounin, Todorov, Benjamin etc. e Paulo Rónai, Brenno Silveira, Agenor Soares de Moura, são leituras indispen- sáveis. Mas não advogo a idéia de que sem elas não se possa ser um bom tradutor. Sou favorável a que os cursos de formação de tradutores devam dar ênfase aos trabalhos práticos, aos exercícios Entrevista 189 em conjunto, às discussões em cima de textos, reservando um lu- gar condizente, mas nunca exclusivo, ao ensino teórico. CT.: Como você vê o papel da crítica atual sobre tradução? Ivo: Sempre achei que a única maneira honesta de se criticar uma tradução (principalmente de poesia) é mostrando outra melhor maneira de fazê-la. Para tanto é preciso que o crítico seja igual- mente tradutor, tenha experiência suficiente para estar integrado na atividade. Porque há certos teóricos que escrevem nos jornais... Mas veja o grande exemplo: Henri Meschonnic, considerado um dos papas do assunto, em seu livro Poétique du traduire analisa oito traduções francesas do soneto 27 de Shakespeare (“Weary with toil, I haste me to my bed”), em todas apontando inadequações, vacilos vocabulares, paráfrases desviatórias etc. Aí o leitor espera que ele afinal apresente a SUA tradução perfeita. E, quando o faz, a decepção é grande: “Las de l´effort, à mon lit je recours,/ Le cher repos aux peines du voyage,/ Mais lors commence en ma tête un décours,/ Qui le corps épuisé, l´esprit ravage”. Soluções pífias para versos grandiosos. Onde está o insuperável jogo de palavras com as duas acepções (verbo e substantivo) de “ work” (“To work my mind, when body´s work´s expired”)? Só para efeito de rima é que “décours” serve para traduzir “journey”. Seria possível fazer sobre a dele as mesmas restrições que ele fez sobre as demais. Donde se vê que na prática a teoria é outra coisa. CT.: Você traduziu uma obra surrealista, Nadja de André Breton. Qual a sua ligação com o movimento surrealista? Ivo: Conheci em Lisboa, onde morei dez anos, o Mário Cesariny de Vasconcellos, considerado a maior expressão viva do movimento em Portugal, tradutor de Rimbaud. Ele achava que “Une Saison en Enfer” devia ser traduzido por “Uma Cerveja no Inferno” porque 190 Ivo Barroso no tempo de Rimbaud havia em Charleville uma cerveja que se chamava “saison”. Achei que o movimento era (ou tinha sido) muito doido e resolvi traduzir Nadja usando uma linguagem que “admiti” comigo fosse surrealista. Eis tudo. CT.: Você traduziu a Poesia Completa de Arthur Rimbaud. Há de ser poeta para traduzir um poeta? Ivo: Acredito que sim, principalmente no caso de Rimbaud, em que é perceptível uma evolução poética de poema a poema e quase de verso a verso. Acompanhar essa ascese requer fôlego, maleabilidade rítmica, adequação vocabular etc. Traduzir em pro- sa um poema, principalmente com as implicações que há em Rimbaud, é simplesmente um crime (de traição). CT.: Além de Rimbaud, você também traduziu Shakespeare, Baudelaire, Eliot e Montale, entre outros. Qual autor lhe deu mais trabalho? Qual destas traduções você prefere? Ivo: Todas essas traduções deram trabalho, mas nada se compara ao prazer do tradutor de poesia quando encontra (ou acha que en- controu) a solução sonhada. Rimbaud é hors concours, mas não escondo um certo pendor pelos sonetos shakespearianos. CT.: Você colabora como crítico no Jornal de Poesia. Acredita que a crítica pode ajudar a traduzir melhor? Ivo: Não faço propriamente crítica de tradução, mas quando rese- nho um livro cuja tradução me agrade não deixo de assinalar seus Entrevista 191 méritos. Em caso contrário, procuro justificar a razão de não havê- la apreciado. Recentemente, num livro italiano, assinalei que o tradutor havia, em determinados trechos (que transcrevi) “baixado o tom” da narrativa, introduzindo palavras de gíria ou expressões grosseiras em passagens onde, no original, havia um coloquialismo, uma linearidade quase aliterária, mas, em momento algum – e aí estava a mestria da autora – vulgaridade ou grosseria. O tradutor certamente quis dar maior “realismo” ao texto, e “aggiornou” o vocabulário com termos como “paquerava”, “bituca”, “dar no pé” etc. anacrônicos em relação à época em que o romance se situava, e em desacordo com a forma habitual com que os personagens se exprimiam. Estou certo de que a análise serviu para demonstrar aos tradutores em geral que não é preciso apelar para o rasteiro a fim de se obter naturalidade nos diálogos. A adequação vocabular é um dos grandes requisitos da boa tradução. CT.: Você afirmou numa entrevista para o Correio das Artes de 22 de abril de 2005 que “o tradutor é um masoquista”. Poderia expli- car melhor? Ivo: Bom, sofri durante anos traduzindo a obra completa de Rimbaud. Sofri, no sentido de que li e anotei duas centenas de livros, escrevi e reescrevi páginas sem conta, reformulei tudo a cada novo estudo que saía sobre o poeta e sua obra. O trabalho minucioso de cada verso. As frustrações. O sempre aquém. E agora, que estou fina- lizando a última parte – a Correspondência – sofro de novo com a infelicidade do gênio, a amputação da perna, a morte-jovem, de- pois de tanta canseira e sacrifícios. Persistir em trabalhos dessa natureza só pode ser propensão ao masoquismo... CT.: Conhecendo o estatuto do tradutor no Brasil, você acredita que possa existir a profissão de tradutor no sentido pleno do termo? 192 Ivo Barroso Ivo: Dificilmente. Os tradutores, apesar de terem um sindicato e uma associação, estão longe de ser unidos, de terem espírito de clas- se. O mercado é disputadíssimo e a oferta supera de muito a deman- da. Não conheço tradutores profissionais, no sentido de que vivam exclusivamente de seu trabalho como tradutor. A TV a cabo surgiu como um grande mercado, mas a esta altura umas poucas firmas já o dominam, os tradutores trabalham para elas como tarefeiros. A saída tem sido empregos estáveis em que a pessoa possa atuar tam- bém como tradutor (firmas comerciais, jornais, hotéis etc.). CT.: Quais são os seus projetos atuais de tradução? Ivo: Quando terminar o Rimbaud, quero dar uma parada e atuar apenas como jornalista, além de preparar meu segundo livro de poemas. Durante todos estes anos a tradução impediu que eu desse curso à minha obra pessoal, mas quando lancei “A Caça Virtual e outros poemas” em 2001 e sai finalista no prêmio Jabuti, ganhei ânimo para me lançar novamente na carreira solo. CT.: Você costuma pedir para alguém revisar as suas traduções? Ivo: Evito. O revisor acha às vezes que o empregador não reco- nhecerá seu trabalho se ele não emendar nada no texto. Aí, para mostrar serviço, emenda o que não devia. Num dos meus livros, durante anos e anos, em duas editoras diferentes, o revisor muda- va sistematicamente o meu “família cuidosa de aparências” para “família cuidadosa de aparências”. Só consegui evitar a emenda, encarregando-me pessoalmente da revisão. Gosto de rever; é quando tenho oportunidade de melhorar ainda alguma coisa ou outra... CT.: Em que tipo de situação textual, prosaica ou poética, o tradu- tor pode se permitir “adaptar” a sua tradução? Entrevista 193 Ivo: Só entendo a “adaptação” como válida em casos muito par- ticulares, principalmente naquele em que o texto, traduzido tal qual, nada dirá ao leitor brasileiro, embora seja claro e significa- tivo para o leitor do original. Cabem aí dois recursos: encontrar uma equivalência (uma isotopia, como dizia Antônio Houaiss) ou colocar uma nota de pé de pagina, esclarecedora; de outra for- ma, o leitor brasileiro sairá perdendo. Em minha tradução de Os Gatos, de Eliot, tive que lançar mão várias vezes de adaptações, de equivalências, de substituições de chistes ingleses por outros tantos nossos, etc. senão seria trair o leitor apresentando-lhe ver- sos que, engraçados em inglês, seriam anódinos numa simples tradução. CT.: Você costuma rever suas traduções por ocasião de novas edições? Ivo: Sim, com freqüência, e emendo bastante. Às vezes chego a escrever prefácios para melhor situar a obra, como fiz agora n 36ª edição de O Lobo da Estepe. CT.: Como você escolhe os metros em língua portuguesa para tra- duzir metros das línguas de você traduz poesia? Ivo: Nos Sonetos de Shakespeare usei decassílabos, que são mais ou menos correspondentes aos pentâmetros iâmbicos do original. Na tradução de poetas franceses, italianos ou espanhóis procuro observar a mesma métrica: alexandrino, octossílabo, dissílabo (há um soneto de Rimbaud assim) etc. Decisão difícil tive que tomar ao traduzir (depois de inúmeras tentativas) o poema “Mémoire”, de Rimbaud. Escrito em alexandrinos aparentemente regulares, com rimas do esquema abba, esses versos no entanto, à medida que avançam, mostram um anseio do poeta em romper aquela estrutura rígida, o que ele vai fazendo com espantosos enjambements, interrupções, recorrências, etc. É um momento 194 Ivo Barroso que antecede sua mudança radical de estilo, quando o verso for- mal já não lhe é suficiente e tem que recorrer ao poema em prosa das “Iluminações” para exprimir-se. Diante dessa insuportável tensão, acabei optando por traduzir o poema sem rimas e sem métrica, obedecendo a um ritmo interior que é hoje o próprio território da poesia moderna. CT.: Entre métrica, significado e efeitos sonoros, a que elementos você atribui maior peso? Ivo: A tradução integral leva em consideração todos esses elemen- tos, que quanto mais observados melhor fazem o poema traduzido aproximar-se do original. CT.: Qual é, em sua opinião, o impacto da literatura traduzida na literatura brasileira hoje, em seus diferentes gêneros? Ivo: Dada nossa condição de país culturalmente carente, o que nos vem de fora parece sempre de melhor qualidade ou que reflete tendências mais avançadas do que as nossas. Daí os Eliots, Rilkes, Pounds acabarem criando entre nós legiões de diluidores. O mes- mo se aplica à prosa. Mas a verdade é que esse conhecimento estimula a criatividade. Não há poetas ou escritores “naïfs”; a arte exige cultura. CT.: Você acha que a tradução pode ser considerada uma instância de aprendizado para o escritor? Ivo: Todo poeta devia traduzir, até só como exercício. Aprende-se muito com a tradução, pois o tradutor é um leitor privilegiado, que esmiúça o texto à procura do “fiat” que transforma um conjunto de palavras em emoção poética. Didier Lamaison, o impecável tradutor Entrevista 195 de Drummond para o francês, disse que encontrou em minhas tradu- ções de Rimbaud muita coisa que lhe passara despercebida quando leu o poeta em sua própria língua. Cito o exemplo aqui não como vanglória, mas para acentuar as vantagens do aprendizado pela tradução. Entrevista concedida a Andréia Guerini e Marie Hélène Catherine Torres UFSC 196 Ivo Barroso APÊNDICE POESIA TRADUZIDA Antologia Poética - O Torso e o Gato Arthur Rimbaud - Uma Estadia no Inferno - Poesia Completa - Prosa Poética Erik-Axel Karfeldt - Poesias Eugenio Montale - Diário Póstumo T. S. Eliot - O livro dos Gatos William Shakespeare - 30 sonetos PROSA TRADUZIDA André Breton - Nadja André Gide - A Volta do Filho Pródigo André Malraux - A Condição Humana August Strindberg - Inferno Georges Perec - A Vida, Modo de Usar - A Coleção Particular + Viagem de Inverno Entrevista 197 Hermann Hesse - O Lobo da Estepe - Demian Italo Calvino - Seis Propostas para o Próximo Milênio - O Castelo dos Destinos Cruzados - As Cosmicômicas - Palomar Italo Svevo - A Consciência de Zeno - Senilidade - A Novela do Bom Velho e da Bela Mocinha Jane Austen - Razão e Sentimento - Emma Marguerite Yourcenar - Golpe de Misericórdia - O Denário do Sonho - O Tempo, Esse Grande Escultor Nikos Kazantzakis - Ascese Romain Rolland - Colas Breugnon Shel Silverstein - Uma Girafa e Tanto (infantil) T. S. Eliot - Teatro completo Umberto Eco - O Pêndulo de Foucault